Marketing no Turismo: fazer a diferença num mercado competitivo
O setor do turismo, um dos mais dinâmicos e competitivos da economia global, depende intrinsecamente de perceções, experiências e emoções. Num mundo onde o comportamento do consumidor evolui constantemente, o marketing emerge como a ponte estratégica entre os destinos e os viajantes.
O Marketing como arquiteto da experiência turística
No episódio “Marketing e Inovação no Turismo”, o nosso convidado Roberto Antunes, diretor Executivo do NEST, o Centro de Inovação do Turismo, sublinha que, no turismo, “é preciso trabalhar de forma concertada – desde a experiência da chegada a Portugal, ao hotel, restaurantes… até à despedida”. Este princípio sublinha a importância de pensar o marketing como um arquiteto, desenhando um ecossistema em que cada elemento da cadeia de valor do turismo – transportes, alojamento, restauração, atividades culturais e até os habitantes locais – contribua para criar uma narrativa coesa e envolvente. Este alinhamento não só eleva a experiência do visitante, mas também fortalece a reputação do destino a longo prazo.
Segmentação e personalização: o futuro da competitividade
O setor turístico é altamente fragmentado, composto por uma diversidade de públicos, desde os aventureiros solitários aos grupos familiares, passando pelos viajantes de negócios e excursões escolares. Neste contexto, os “players” do setor dependem da capacidade de compreender profundamente os comportamentos e motivações de cada segmento.
As tecnologias de big data e inteligência artificial permitem às empresas não apenas identificar padrões de comportamento, mas também personalizar ofertas de forma quase individualizada. Um exemplo claro são as recomendações em tempo real baseadas na localização e preferências dos turistas, que não só aumentam as vendas cruzadas como melhoram a satisfação geral do cliente.
Construção de marca em tempos de saturação
Num cenário onde destinos e operadores lutam constantemente por atenção, a construção de uma marca forte tornou-se imprescindível. Portugal, por exemplo, tem sido amplamente reconhecido pela sua hospitalidade e pela riqueza cultural. Porém, para além de promover a beleza das suas praias ou a excelência dos seus vinhos, é necessário reforçar atributos emocionais que criem ligações duradouras com os visitantes. É aqui que o storytelling desempenha um papel central. Contar histórias autênticas – da alma das aldeias históricas à inovação dos hotéis boutique urbanos – ajuda a construir uma narrativa que ressoa com os turistas e cria embaixadores espontâneos do destino.
O papel do marketing sustentável
A sustentabilidade não é apenas uma tendência; é uma exigência crescente dos consumidores e uma necessidade para preservar os recursos naturais e culturais que são a essência do turismo. Neste contexto, o marketing assume um papel pedagógico.
Estratégias de marketing sustentável promovem práticas responsáveis, como o turismo fora de época ou em destinos menos conhecidos, ajudando a distribuir melhor os fluxos turísticos e a mitigar os impactos negativos do fenómeno de “overtourism”. Além disso, comunicar compromissos autênticos com a sustentabilidade – como a neutralidade de carbono ou o apoio às comunidades locais – não só melhora a perceção da marca, mas também atrai um público mais consciente.
Conclusão
O marketing no turismo é mais do que uma ferramenta promocional; é o motor que define o sucesso de uma empresa num mercado global altamente competitivo. Para as organizações que operam no setor, o desafio não está apenas em seguir as tendências, mas em liderá-las, utilizando o marketing como uma alavanca estratégica que cria valor para todas as partes envolvidas – do turista ao destino.