O marketing não é (só) digital – Departamento de Marketing
Quando se fala de Marketing é frequente falar-se de diferentes conceitos que o termo abrange de forma incorrecta. Um dos equívocos mais frequentes (e mais antigo) é confundir Comunicação com o próprio Marketing. Antes da comunicação, o marketing define a estratégia e o produto/serviço, o preço, os canais de venda e, por fim, a comunicação. Experimente fazer comunicação sem tudo o resto estar definido e verá que é impossível.
Mais recentemente, com o surgimento das plataformas digitais e a importância que estas adquiriram na forma como comunicamos é comum ouvir-se falar de Marketing Digital enquanto algo distinto do Marketing em si.
Um dos perigos desta ideia prende-se com o facto de, ao fazer-se uma distinção entre os dois, limitar o foco às plataformas. Ou seja, focar esforços apenas naquilo a que se chama Marketing Digital, não fazendo uso de ferramentas que serão sempre relevantes, independentemente do canal ou plataforma que se utilize.
Marketing é Marketing
Segundo Philip Kotler, Marketing é ciência e arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um público-alvo com geração de resultados. Uma definição transversal a qualquer canal utilizado com esse fim.
A seu tempo, televisão, rádio, imprensa ou outdoors surgiram como novos canais, sem que isso implicasse uma alteração aos fundamentos do Marketing. A comunicação online não é diferente. Traz-nos novas ferramentas que exigem novas competências, sem que isso altere as responsabilidades de um departamento de Marketing. Pesquisa, definição e gestão da marca, desenvolvimento de um produto e/ou portfólio, comunicação interna, externa, offline e online e retorno do investimento são imprescindíveis em qualquer canal, afinal de contas, Marketing é Marketing.
Marketing Digital não existe
No seu livro Notas Desde La Trincheira, Marcos de Quinto reforça esta ideia, enquanto descreve o quão falacioso é compararmos televisão com digital. Pôr numa mesma balança, meios tradicionais e o conteúdo online é comparar pêras com maçãs. Na ótica do ex presidente da Coca-Cola na península Ibérica, pertinente seria comparar conteúdos. O conteúdo televisivo com o conteúdo digital, por exemplo, sem descurar credibilidade percecionada em cada um. Uma informação difundida na internet é tida como menos credível do que se for comunicada na televisão. Isto porque ainda não há uma regulamentação tão vincada nos meios digitais.
Para que sejamos ainda mais claros, aquilo que estamos a reforçar é que Marketing Digital não existe. Existe o marketing e existem canais digitais. E, por vezes, a estratégia de marketing passa por vender e/ou comunicar nesses canais. Alguém se lembraria de falar em Marketing Televisivo? Ou Marketing Impresso? O digital é um canal, não uma forma de marketing diferente de fazer marketing.
O canal digital é incontornável
Hoje em dia, o digital tem um grande impacto no nosso dia-a-dia e na forma como produzimos, consumimos, convivemos e nos divertimos. Olhando à nossa volta, são poucas as atividades que não impliquem uma componente digital. Segundo a Marktest, cerca de 5,3 milhões de portugueses utilizam redes sociais. No mundo inteiro, esse número ascende a 4,2 mil milhões de pessoas.
Adicionalmente, o espaço digital tem a vantagem de permitir uma rapidez e quantidade de informação muito superior aos canais mais tradicionais. Sendo que esta é difundida de forma colaborativa, interativa e instantânea, possibilitando uma relação mais próxima e direta com o consumidor.
Utilizar de forma combinada os diferentes canais consoante o objetivo da marca é sem dúvida a melhor fórmula. Contudo, quando os recursos são limitados o digital pode mesmo ser o único canal de comunicação e até de venda.
No Departamento de Marketing, acreditamos e utilizamos o digital como canal preferencial para a maioria dos nossos clientes. Mas tudo aquilo que fazemos é Marketing, mesmo quando usamos os meios digitais. Marketing Digital não existe.